O termo design é amplamente utilizado, mas frequentemente mal compreendido quando se trata de criar experiências digitais verdadeiramente inclusivas.
Em um mundo digital que avança rapidamente, entender os diferentes tipos de design acessível, inclusivo e universal deixou de ser um diferencial e tornou-se uma responsabilidade para todos os profissionais de UX, UI e desenvolvimento de produtos.
Hoje, não basta que o design seja bonito ou funcional.
Ele precisa respeitar a diversidade humana, adaptar-se às necessidades específicas e promover o acesso irrestrito.
Isso significa aplicar abordagens específicas que contemplem as limitações físicas, sociais, culturais e sensoriais dos usuários.
Compreender as diferenças entre design acessível, design inclusivo e design universal é fundamental para construir produtos que não apenas funcionem bem, mas que funcionem bem para todos.
O design acessível é voltado para a criação de produtos que possam ser utilizados por pessoas com diferentes tipos de deficiência.
Ele se baseia em adaptações e acomodações específicas, garantindo que todos tenham acesso funcional à interface, mesmo com limitações motoras, visuais, auditivas ou cognitivas.
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), do World Wide Web Consortium (W3C), definem quatro princípios fundamentais:
Um exemplo prático é a utilização de botões grandes com alto contraste em sites e apps, o que beneficia tanto usuários com deficiência visual quanto idosos com visão reduzida.
Além disso, empresas que adotam o design acessível não apenas se tornam mais éticas, mas também ampliam seu alcance de mercado, cumprindo diretrizes legais como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI).
Veja também: Design Acessível: O Que É e Por Que É Tão Importante
Enquanto o design acessível responde a necessidades específicas com adaptações, o design inclusivo começa antes do problema: ele prevê a diversidade humana desde o início do processo de criação.
Trata-se de um mindset, uma filosofia que orienta o design para que ele acolha diferenças culturais, étnicas, sociais, de gênero e muito mais.
No design inclusivo, não se busca um “usuário médio”.
Em vez disso, considera-se a variedade de realidades existentes, partindo de uma abordagem interseccional que entende os indivíduos em sua totalidade.
Um exemplo impactante é o caso da empresa Atlassian, que modificou suas ilustrações visuais para representar pessoas de diferentes origens e etnias.
Isso não apenas reflete melhor seu público real, mas também comunica uma mensagem de acolhimento e representatividade.
Aplicar design inclusivo significa, por exemplo:
A acessibilidade faz parte do design inclusivo, mas este vai além da deficiência. Ele busca construir experiências humanizadas, que gerem conexão emocional e relevância social.
O design universal tem como princípio central criar produtos e ambientes que possam ser usados por qualquer pessoa, independentemente de suas capacidades, sem a necessidade de adaptação posterior.
Esse conceito foi desenvolvido por Ronald Mace, e seus sete princípios são a base de uma abordagem verdadeiramente abrangente:
É comum confundir os três termos e realmente, eles têm pontos de interseção. Mas entender as diferenças entre design acessível, design inclusivo e design universal é crucial para aplicá-los corretamente em projetos reais:
Abordagem | Foco Principal | Quando Aplicar |
Acessível | Adaptação para deficiências específicas | Quando há exigência legal ou público com deficiência predominante |
Inclusivo | Representatividade, diversidade, empatia | Em produtos para grandes audiências diversas |
Universal | Solução única que atende a todos | Em produtos físicos e digitais de uso amplo |
🔎 Dica prática: em muitos casos, a combinação das três abordagens é o caminho mais eficaz.
Compreender e aplicar corretamente os conceitos de design acessível, design inclusivo e design universal é mais do que uma obrigação técnica, sendo uma atitude ética e estratégica.
Embora esses três pilares compartilhem o mesmo ideal de criar experiências para todos, eles seguem caminhos diferentes e complementares.
O design acessível garante que ninguém seja excluído por limitações físicas ou cognitivas.
O design inclusivo amplia o olhar para considerar identidades, culturas e vivências diversas.
Já o design universal busca soluções que funcionem para todos desde o princípio, eliminando a necessidade de adaptações.
Na prática, os melhores projetos são aqueles que integram essas três abordagens, equilibrando usabilidade, representatividade e simplicidade.
Afinal, o verdadeiro bom design é aquele que ninguém percebe como uma barreira, apenas como algo natural, útil e acolhedor.
Se você trabalha com produtos digitais, este é o momento ideal para revisar seus processos, olhar com mais empatia para os usuários e adotar uma mentalidade inclusiva desde o rascunho até a entrega final.
Porque, no fim das contas, design não é só como algo parece ou funciona, é sobre como ele faz as pessoas se sentirem incluídas.
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