O design acessível é mais do que uma tendência, é uma necessidade.
À medida que mais pessoas acessam a web em diferentes contextos e com diversas capacidades, garantir que todos possam interagir com seus conteúdos de forma eficaz é crucial.
E aqui entra a conexão direta com a experiência do usuário (UX): um site só pode proporcionar uma boa experiência se for realmente acessível.
Mas, afinal, o que é design acessível?
Trata-se de projetar interfaces, fluxos e conteúdos que funcionem para o maior número de pessoas possível, independentemente de limitações físicas, cognitivas ou tecnológicas.
Isso inclui desde cores com contraste suficiente até estrutura clara de navegação e compatibilidade com leitores de tela.
A acessibilidade deve estar presente desde o início do projeto de UX.
Ela garante que todos, incluindo pessoas com deficiências visuais, auditivas, motoras ou cognitivas, possam acessar, compreender e interagir com seu site sem barreiras.
Ou seja, a base do design acessível é a inclusão como padrão, não exceção.
Além disso, pensar em acessibilidade impacta positivamente a todos.
Um texto mais legível, por exemplo, beneficia não só quem tem dislexia, mas também quem está com pressa.
Layouts bem estruturados ajudam tanto usuários com deficiência visual quanto usuários em ambientes com baixa conectividade.
Em resumo, acessibilidade é sinônimo de um UX melhor para todos.
Ignorar o design acessível não é apenas excludente, é perigoso.
Muitos países, incluindo os da União Europeia, já impõem normas rígidas como a Lei Europeia de Acessibilidade (EAA), que entra em vigor em junho de 2025.
Sites que não estiverem em conformidade poderão enfrentar penalidades severas.
No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) também estabelece diretrizes obrigatórias para acessibilidade digital.
Portanto, além de uma questão ética, o design acessível é uma obrigação legal crescente.
Por outro lado, os benefícios são expressivos. Sites acessíveis costumam ter:
Portanto, investir em design acessível é também investir na performance do seu negócio.
Aplicar boas práticas de design acessível não precisa ser complicado. Aqui estão sete estratégias essenciais para garantir inclusão e performance:
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo da Web (WCAG) são o padrão ouro da acessibilidade.
Elas se baseiam nos princípios POUR: Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto.
Isso significa que o conteúdo deve ser percebido de diferentes formas, operado por diferentes dispositivos, entendido por todos e funcional em qualquer ambiente digital.
Recomenda-se buscar, no mínimo, conformidade com o nível AA das WCAG 2.2, utilizando ferramentas como WAVE e Google Lighthouse para auditorias automáticas.
Menus previsíveis, hierarquia de títulos (H1, H2, H3…), links acessíveis pelo teclado e botões com áreas clicáveis generosas são práticas que facilitam o uso de tecnologias assistivas.
Crie também um atalho para “pular para o conteúdo principal” no início de cada página. Isso agiliza a navegação de quem usa teclado.
Prefira fontes como Arial, Roboto e Open Sans, evite itálicos extensos e mantenha contraste alto (mínimo de 4.5:1 para texto comum).
Teste isso com o Contrast Checker do WebAIM.
Use grades responsivas e permita que o texto possa ser ampliado sem comprometer o layout.
Isso é essencial para usuários com baixa visão ou usando dispositivos pequenos.
Todo conteúdo visual precisa ter uma alternativa compreensível.
Adicione texto alternativo descritivo nas imagens e forneça legendas e transcrições para vídeos.
Evite texto inserido em imagens, que não é lido por tecnologias assistivas.
Formulários mal projetados são armadilhas de acessibilidade. Garanta:
Escreva com frases curtas, diretas e sem jargões. Quando necessário, explique termos técnicos de forma simples.
Evite estereótipos, linguagem sexista ou expressões ambíguas.
Exemplo: use “usuário” em vez de “ele” ou “ela”; diga “pessoas com deficiência auditiva” em vez de “surdos”.
A acessibilidade é um processo contínuo.
Use leitores de tela (como NVDA), realize testes com usuários reais e colete feedback constante. Isso garante evolução prática, e não apenas teórica.
Existem diversas ferramentas que auxiliam na análise de acessibilidade. Veja algumas essenciais:
Ferramenta | Função Principal |
WAVE | Detecta problemas de contraste, links e semântica |
Google Lighthouse | Avalia acessibilidade e performance geral |
Axe DevTools | Integra com navegadores e IDEs |
NVDA / JAWS | Leitores de tela para testes manuais |
Usar essas ferramentas regularmente ajuda a corrigir falhas antes que prejudiquem seus usuários ou a reputação da sua marca.
Mais do que ajustes finais, a acessibilidade precisa estar presente desde o início do processo de design. Eis como fazer isso:
Inclua pessoas com deficiência em testes e entrevistas.
Isso garante que suas decisões reflitam as necessidades reais de quem usará o produto.
Utilize ferramentas como o Figma para testar escalabilidade de fontes, contraste e acessibilidade de navegação já nos protótipos.
A cada release, colete feedback real.
Avalie como diferentes públicos interagem com seu site e ajuste com base nisso.
O design centrado no usuário só funciona se o usuário for diverso.
Design acessível não é um “extra”, nem apenas uma exigência legal. Ele é parte essencial de qualquer estratégia de UX moderna, centrada no ser humano.
Ao tornar seu site mais inclusivo, você amplia o alcance da sua marca, melhora o engajamento e atende às demandas da sociedade contemporânea.
Como vimos neste guia, pequenas mudanças, desde estrutura de navegação até escolha de palavras, fazem uma grande diferença.
Use as ferramentas, aplique as práticas e teste com frequência. Assim, você transforma seu site em um ambiente realmente acolhedor, eficiente e memorável para todos.
Veja também: Design Acessível vs. Inclusivo vs. Universal: Qual é a Diferença?
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